14 abril 2012

[Resenha] Delírio, de Lauren Oliver

Título: Delírio
Autor: Lauren Oliver  
Editora: Intrínseca 
Páginas: 352
Nota:  5/5 +1



Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura? 

Delírio se passa em um futuro distópico onde o amor é considerado uma doença; e é nesse ambiente em que todos os adolescentes são enviados para fazerem uma cirurgia para poderem tirar o amor, e ficarem livres dessa doença. Lena está prestes há completar dezoito anos, e ela está animada para fazer essa cirurgia; mas, à medida que o que tempo vai passando, ela é infectada pela doença ao conhecer Alex, e a partir daí, ela vai ver que toda essa história que o amor é uma doença e precisa ser curada é uma farsa.

Essa é a primeira obra que leio da norte-americana Lauren Oliver; a autora se mostrou tratar de um assunto original e de forma tão sentimental. Ao decorrer da narrativa vemos que a autora explora os sentimentos de Lena, e podemos ver com clareza o que ela está sentindo. Mas não são apenas os sentimentos de Lena que são explorados; através de uma ligação que a protagonista tem com os demais personagens ela pode sentir coisas pelos gestos e olhares, e transmite para o leitor o que eles, provavelmente, estão sentindo (não estou dizendo que ela tem o poder de sentir os sentimentos das pessoas através do olhar, pois ela não possui nada de sobrenatural). Lauren tem uma narrativa lenta, porém, não é desnecessária; e podemos acompanhar, como se estivéssemos assistindo um filme, os acontecimentos. Palmas para ela.

Acredito que a caracterização dos personagens é o ponto chave de qualquer livro, e nesse, Oliver demonstra uma habilidade de distinguir a personalidade de todas as personagens, e volto a dizer que ela consegue expor os sentimentos dos mesmos de forma plausível. A Hana – creio eu – foi uma das personagens bem mais estruturadas de toda a trama; ela consegue convencer o leitor que é companheira de Lena nas situações mais difíceis. Alex também tem uma personalidade que se confunde – se bate – como a de um príncipe (quero dizer, as atitudes dele em relação à Lena é extremamente cuidadosa, como se ela fosse única para ele). E, finalmente, Lena; a garota tem seus sentimentos alterados ao decorrer da trama, e isso se deve por que ela fora enganada toda a vida por algo que acreditou. Até mesmo as personagens secundárias tem um papel fundamental, e não é à toa que eles estão ali, sem mais nem menos. E é simplesmente impressionante como todos os personagens – mesmo os secundários – tiveram um desenvolvimento.

Toda a distopia desenvolvida por Oliver é fantástica (apesar de se parecer com Destino “Matched” em alguns pontos, mas isso não tem importância), e como ela designou toda a trama é o que me deixou ainda mais fascinado pelo livro. Acho que toda a vagareza das cem primeiras páginas, a ação está presente de forma pulsante nas últimas páginas – e isso foi uma tremenda tacada por parte da autora. O final, apesar de ser uma montanha russa de tão louca, também é sentimental. Vemos que Lena sofre, e queremos acompanhar aquele sofrimento dela no livro seguinte, e tenho certeza que essa foi à intenção de Lauren. Mesmo após o término da leitura, esse livro está me fazendo refletir em tudo. Em todos os aspectos da vida. Mal posso esperar para ler Pandemônio!

Se você está querendo um livro para se apaixonar e ficar se lembrando dele após o termino da leitura, leia Delírio agora!


3 comentários:

  1. Estou tentando imaginar como seria fazer uma cirurgia para tirar o amor da minha pessoa.
    Algo bem estranho isso.

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  2. E cadê Delírio pra que eu leia agora??? Hahahaha
    Mas por um lado, se você for ver, é realmente estranho essa idéia de fazer cirurgia pelo amor, maas, a idéia não deixa de ser criativa e provavelmente muito boa!

    Você já viu a Gincana de Revitalização que estamos fazendo? As inscrições vão somente até 25/04, corre lá e participe dos desafios, concorrendo a vários prêmios! http://hangoverat16.blogspot.com.br/2012/04/gincana-de-revitalizacao-001.html

    xx carol

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  3. Sabe que já assisti um filme parecido, onde as pessoas não podiam ter nenhum tipo de sentimento, só não me lembro o nome agora. As pessoas eram obrigada a tomar um remédio ,eram monitoradas, muito bom. O livro parece ser muito interessante também, quero ler. Beijos

    http://leiturasdepaty.blogspot.com.br/

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